O queloide na tatuagem acontece por um erro no processo de cicatrização causado pelo excesso de colágeno. Saiba como prevenir e tratar essa protuberância.
A tatuagem é um adereço permanente, que muitos buscam por questões de estilo, importância afetiva, como forma de transmitir uma mensagem, entre outras razões.
Sendo assim, desejamos que esse desenho especial e que nos acompanhará pelo resto da vida permaneça intacto ou sem deformações. O queloide na tatuagem é uma falha na cicatrização que pode impactar esse desejo e comprometer a estética do seu desenho.
Trate ou saiba como prevenir queloides com a Dra. Maria Claudia!
Índice
Como funciona o processo de cicatrização?
A princípio, é necessário entender que a pele é composta por três camadas: epiderme, derme e hipoderme. A primeira atua como uma barreira de proteção, enquanto a derme é a camada do tecido conjuntivo, composta por glândulas, terminações nervosas, folículos, entre outros.
A tatuagem consiste em um desenho na pele feito por pequenas agulhas que depositam o pigmento na epiderme, repetidamente, até alcançar a derme. A penetração da tinta e a camada alcançada devem ser precisos, pois se o desenho for feito apenas na derme, por exemplo, ele pode facilmente se espalhar e ficar borrado ou desbotar com o tempo.
Dito isso, devemos encarar a tatuagem recém feita como uma ferida aberta na pele, que deve ser protegida e cuidada com atenção durante a cicatrização.
E o queloide na tatuagem é desencadeado durante processo de cicatrização, que se dá em três fases de renovação tecidual:
- Fase inflamatória: após a lesão, os vasos sanguíneos liberam substâncias como colágeno, plaquetas e trombinas, que formarão o coágulo;
- Fase proliferativa: esta fase, dependendo da ferida, inicia-se 96 horas após a lesão, e pode levar até cerca de 15 dias. As membranas serão reconstituídas e, no final da fase proliferativa, haverá a formação do tecido de granulação, as conhecidas casquinhas da cicatriz;
- Fase de remodelamento: a remodelação pode levar até 1 ano após a ferida e, nessa fase, o colágeno produzido nas fases anteriores será modificado para um tipo de colágeno com fibras mais grossas, que dará suporte à ferida e diminuirá a sua espessura. O sucesso da cicatrização depende do equilíbrio na substituição da antiga matriz de colágeno pela nova.
O que é um queloide?
O queloide na tatuagem, ou até mesmo após outros tipos de lesão, é uma alteração no processo de cicatrização, que não apresenta riscos para a saúde. Um queloide é o crescimento anormal de tecido na cicatriz, e, diferente da cicatriz hipertrófica, esse tecido se expande, atingindo áreas além do limite da ferida.
Os queloides podem apresentar coloração mais escura, são elevados do nível da pele ou endurecidos. E a formação tanto dos queloides após feridas quanto do queloide na tatuagem dá-se pela produção exacerbada de colágeno durante a cicatrização.
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Por que pode surgir um queloide na tatuagem?
Um queloide na tatuagem é resultado de uma falha no processo de cicatrização. Dentre os principais fatores que podem contribuir para a formação do queloide, a predisposição genética é um dos mais prevalentes. E isso ocorre porque o colágeno, uma proteína presente em 19 tipos diferentes, é codificado por apenas um gene.
A tatuagem deve ser vista como uma agressão às primeiras camadas da pele, o que desencadeia um processo de cicatrização. A falta de cuidados e de proteção com a pele durante essa cicatrização também pode prolongar e dificultar o sucesso da regeneração da pele, facilitando, assim, o surgimento do queloide na tatuagem.
Como se prevenir contra o queloide na tatuagem?
Como citamos, o queloide na tatuagem pode ter como causa a predisposição genética, como também a falta de cuidados com a cicatriz da tatuagem.
Portanto, a melhor forma de evitar o queloide na tatuagem parte do acompanhamento com o seu médico dermatologista, para avaliar os cuidados que a sua pele demanda e também discutir sobre a predisposição genética para a formação do queloide.
Além disso, é fundamental contar com um tatuador de confiança. Esse profissional, durante a execução da tatuagem, desempenha técnicas precisas para não agredir a sua pele além do necessário, e deve contar com materiais e um ambiente estéril para a sua segurança.
Após fazer a tatuagem, os cuidados que podem ajudar a evitar a formação do queloide na tatuagem são:
- Manter a área coberta e protegida durante as primeiras 24 horas, evitando curativos muito úmidos;
- Higienizar o local apenas com água filtrada e sabão neutro;
- Não levar a mão suja sobre tatuagem em cicatrização e não retirar as cascas que se formam na ferida;
- Não coçar a tatuagem, pois isso pode facilitar a infecção do local;
- Evite se expor ao sol e mergulhar em praias ou piscinas — as bactérias também são perigosas e podem inflamar o local;
- Sempre hidrate a tatuagem com a loção indicada pelo seu tatuador e por seu médico dermatologista.
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Existe tratamento para queloide na tatuagem?
O queloide na tatuagem pode ter tratamento medicamentoso ou cirúrgico. Esse problema de cicatrização deve sempre ser resolvido com um acompanhamento médico responsável, uma vez que é necessário analisar qual tratamento é aplicável ao seu caso e também buscar um método que reduza as recidivas.
É possível realizar a infiltração de medicamentos corticoides e outras drogas que atuam na redução da inflamação e na síntese de fibroblastos, o que resulta na formação anormal do colágeno.
Um tratamento que também pode ser indicado para o queloide na tatuagem é a crioterapia, procedimento feito com nitrogênio líquido. Na crioterapia, a pele é exposta a temperaturas extremamente baixas, provocando o congelamento do queloide de dentro para fora.
No entanto, como citamos, alguns casos podem demandar intervenção cirúrgica. Neles, o procedimento é simples e diminui o índice de recidiva.
Devemos ressaltar que o tempo de cicatrização e o tratamento mais assertivo variam de acordo com o organismo de cada pessoa. O importante é manter um cuidado contínuo com a tatuagem, usando o protetor solar mesmo quando a tatuagem estiver cicatrizada.
Entre em contato e saiba mais sobre queloide e outras doenças com a Dra. Maria Claudia.
Fontes:
Biblioteca Virtual em Saúde – Ministério da Saúde;