Procedimento permite a remoção de diferentes tipos de lesões dermatológicas, entregando resultados rápidos e satisfatórios. Mas tratamento deve ser indicado pelo médico
A cauterização química é um procedimento simples, realizado em consultório, para tratamento de lesões dermatológicas benignas ou pré-malignas por meio da destruição do tecido da pele.
Entender quais as condições dermatológicas que podem ser tratadas com a cauterização química e como o tratamento é realizado é fundamental para buscar auxílio especializado.
Índice
O que é e como funciona a cauterização química?
A cauterização química consiste na aplicação de uma substância cáustica ou ácida sobre uma lesão na pele para removê-la. Isso é possível graças à reação de calor gerada no local tratado.
Após a aplicação da substância, o local fica esbranquiçado ou amarelado e pode arder momentaneamente devido ao ácido. Em seguida, pode haver uma reação, deixando a área irritada, inchada e avermelhada.
Nos dias posteriores ao tratamento, o local escurece e a pele fica rígida, em decorrência da morte das células. Em cerca de duas semanas, surge uma crosta de cicatrização e as lesões dermatológicas prévias são eliminadas.
Devido ao uso da substância cáustica ou ácida, é importante que se evite a exposição solar durante o tratamento, que pode levar uma ou mais sessões, de acordo com o tipo de lesão tratada.
Quais os agentes químicos usados na cauterização?
Existem diferentes substâncias usadas na cauterização química, sendo que a escolha depende da avaliação dermatológica especializada, uma vez que o uso e duração do tratamento variam de acordo com a lesão.
As substâncias frequentemente usadas na cauterização química incluem:
- Ureia: consiste em uma substância queratolítica potente que promove a descamação e maciez em locais mais grosseiros;
- Ácido salicílico: com indicações semelhantes às da ureia, essa substância promove a descamação do estrato córneo, que consiste na parte superficial da pele, não acometendo as demais camadas;
- Ácido tricloreacético (ATA): trata-se de uma opção comum dos dermatologistas para realizar a cauterização química, pois resulta na necrose das camadas superficiais da pele. Para controlar a profundidade da aplicação, o especialista varia a concentração da substância, que pode ser usada para ceratoses actínicas e seborreicas, melanoses solares, verrugas e xantelasmas;
- Cantaridina: obtida a partir da planta Cantharis vesicatoria, consiste em uma substância que forma bolhas, mas não causa dor na aplicação. É usada no tratamento de verrugas virais, sendo necessárias algumas sessões para os resultados almejados. Após ser aplicado em consultório, o médico faz um curativo, que deve ser removido em cerca de quatro horas, e a substância é então removida com lavagem pelo próprio paciente;
- Podofilina: substância usada no tratamento de verrugas genitais e perianais devido à sua eficiência nos tecidos mucosos, além de ser indicada para verrugas planas na pele. O agente deve ser mantido no local entre sete e 12 horas, demandando algumas sessões para obtenção dos resultados;
- 5 fluoroutacil (5-FU): consiste em um agente quimioterapêutico indicado no tratamento de verrugas planas, periungueais e genitais e ceratoses actínicas.
Outro tratamento muito indicado é o da eletrocauterização, que se destaca na remoção de formações benignas e pré-malignas das regiões cutâneas.
Quando a cauterização é indicada?
A cauterização química é indicada apenas para lesões dermatológicas benignas e pré-malignas, uma vez que o processo de remoção químico impossibilita a coleta de material e realização de biópsia, o que é fundamental em caso de lesões malignas.
Os casos nos quais a cauterização química costuma ser indicada na abordagem dermatológica incluem:
- Verrugas;
- Melanoses solares;
- Hiperplasias sebáceas;
- Queratoses actínicas ou seborreicas;
- Granuloma piogênico;
- Xantelasmas.
A cauterização química pode atender diferentes demandas dermatológicas, sendo a avaliação especializada um passo fundamental na decisão acertada pelo procedimento.
Trata-se de um procedimento seguro e bastante efetivo quando bem indicado e realizado por um profissional capacitado. O especialista pode indicar tanto outros tipos de cauterização para lesão dermatológica, como com laser, ou optar por outras técnicas de remoção, como microcirurgia ou crioterapia. Dessa forma, a assistência médica é essencial à qualidade e segurança do tratamento.
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